Estudo pode ajudar a prever impactos de asteroides e meteoritos contra a Terreno

Estudo pode ajudar a prever impactos de asteroides e meteoritos contra a Terreno

Um novo estudo feito por cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, mostrou que, ao contrário do que se imaginava, colisões no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter não tiveram influência no volume de meteoritos que se chocaram com a Terra nos últimos 500 milhões de anos.

A descoberta, caso seja validada, tem importância no estudo defensivo do nosso planeta contra corpos celestes em nossa rota, mas os próprios autores reconhecem que suas amostras, embora numerosas, ainda podem trazer uma considerável disparidade.

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Estudo pode ajudar a prever impactos de asteroides e meteoritos contra a Terreno
Em nova pesquisa, cientistas da Suécia podem ter feito descoberta que nos ajudará a prever impactos de meteoritos e asteroides. Imagem: Triff/Shutterstock

Teorias feitas antes do estudo indicavam que a maior parte das colisões de meteoritos com a Terra tinham sua origem em diversos eventos de impacto no cinturão de asteroides, uma região entre Marte e Júpiter que se espalha por cerca de 225,3 milhões de quilômetros de área.

O geologista Birger Schmitz, que liderou o estudo da universidade sueca, analisou quase 8,5 toneladas de material coletado de rochas sedimentares em antigos fundos marinhos e concluiu que o assunto não segue bem por aí: “A comunidade científica acreditava que o volume de meteoritos que chegava à Terra era diretamente conectado a eventos dramáticos no cinturão de asteroides. Nosso estudo, porém, revela que o fluxo vindo deste ponto de origem tem sido bastante estável”.

Extraindo materiais sedimentares de regiões como China, Rússia e a própria Suécia, os cientistas conseguiram criar um panorama representativo de 15 momentos específicos da chamada “Era Fanerozoica”, o período geológico que abrange 541 milhões de anos atrás, até o tempo presente.

Esses pedaços de calcário extraídos foram mergulhados em ácido, um processo que permite a extração de espinelas de cromo – pequenos pedaços de óxido de cromo resistentes à degradação e erosão -, muito comuns em meteoritos.

Após analisá-los, o time constatou que o fluxo originado no cinturão de asteroides é relativamente estável até hoje – os meteoritos daqueles períodos analisados eram majoritariamente compostos de rochas condríticas (do tipo que tem um baixíssimo teor de metal). Essa mesma composição é encontrada em abundância em meteoritos dos tempos atuais.

A conclusão é que, naquela época, a maioria dos meteoritos vieram de um mesmo corpo maior. Hoje, esse mesmo corpo é responsável por cerca de um terço dos meteoritos que vêm em nossa direção – isso, quando eles vêm para cá.

“Ficamos bastante surpresos quando descobrimos que somente uma das 70 colisões de asteroides ocorridas nos últimos 500 milhões de anos resultou no aumento de volume de meteoritos em direção à Terra”, disse Schmitz. “Por algum motivo, a maior parte das rochas ficou no cinturão”.

O próximo passo da pesquisa é justamente descobrir qual é essa “razão”. Se conseguirmos essa informação, teremos uma capacidade de defesa mais aprimorada, pois saberemos antecipadamente quais objetos têm maior probabilidade de navegar em nossa direção e, destes, quais serão mais propensos a se chocar conosco.

O problema: existe um “vazio” de aproximadamente 190 milhões de anos na pesquisa, que corresponde ao intervalo entre o período Carbonífero e o período Jurássico. Hoje, sabemos que houve um choque de asteroides com impacto na Terra durante esse período, mas ainda não fomos capazes de pesquisá-lo a fundo.

Além disso, a mera coleta de dados para esse tipo de estudo também é complicada: impactos maiores, que deixam marcas como crateras ou sedimentação submarina na Terra, são incrivelmente raros mesmo com corpos maiores. Normalmente, esses objetos queimam e se destroem quase que por completo na atmosfera, e apenas pequenos pedaços chegam a tocar o solo – isso, quando o fazem.

A expectativa é a de que pesquisas no futuro possam iluminar essas discrepâncias e, com sorte, trazer dados acionáveis de forma prática: “impactos futuros, mesmo que por um asteroide pequeno, no mar próximo de áreas populadas, podem levar a consequências desastrosas”, disse Schmitz. “Este estudo oferece uma compreensão importante que podemos usar para prevenir isso de acontecer, por exemplo, ao influenciar a trajetória de corpos celestes de aproximação rápida”.

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